A coleta seletiva em condomínios é certamente uma prática cada vez mais comum. Em algumas regiões do Brasil, inclusive, ela é obrigatória. No estado paulista, por exemplo, a lei 12.528/2007, prevê que “condomínios residenciais com, no mínimo, 50 habitações” precisam implantar esse tipo de coleta.
O principal objetivo é, sem dúvidas, reduzir os impactos negativos ao meio ambiente, já que parte dos materiais descartados, como o papel e o alumínio, seguem para reciclagem. O condomínio interessado na coleta seletiva deve, primeiro, aprovar a prática com os condôminos. Isso porque será preciso implantar lixeiras específicas ou adaptar o espaço de armazenamento do lixo, além determinar o modo e frequência de descarte.
Para entender mais sobre o assunto, confira a seguir.
Para começar é preciso deixar claro o que é a coleta seletiva. Trata-se da separação do lixo orgânico, úmido, seco e reciclável. A primeira categoria é formada por alimentos, como cascas de frutas e legumes, que se degradam espontaneamente, servindo de adubo para o solo.
O lixo úmido são resíduos que não possuem mais utilização como bitucas de cigarro, papeis sujos e garrafas de vidro quebrado que armazenavam algum tipo de líquido. Já o lixo seco são caixas, sacolas plásticas, latas de alumínio. Destes alguns podem ser reciclados como papel, papelão e certos tipos de plástico.
Todos os resíduos e materiais não reutilizáveis seguem para aterros sanitários, enquanto os recicláveis vão, principalmente, para cooperativas que realizam esse trabalho.
Certamente, são diversas as vantagens da coleta seletiva em condomínios. Diminui os índices de poluição, ajuda a criar empregos na área da reciclagem, reduz o uso de energia e água na indústria, só para citar alguns. Além de tudo isso ainda estimula a consciência ambiental entre os moradores.
Esse tipo de atitude também valoriza o condomínio, uma vez que ele está sendo ambientalmente responsável. Assim, é recomendável que todos se adequem à prática.
Para colocar essa ideia em prática é recomendável estabelecer uma comissão. Assim esse grupo de moradores ficará responsável por traçar todo o planejamento de ações, claro, levando sempre o tema para as assembleias.
Essa comissão deve, preliminarmente, decidir se o lixo reciclável será separado por tipo – papel, metal, vidro e plástico – ou se todos eles serão armazenados em uma única lixeira. Também será necessário estabelecer como será o descarte: os funcionários retiram em cada apartamento ou caberá aos moradores fazer isso nos dias combinados?
O local de armazenamento, se serão implantadas lixeiras por cor, por exemplo, é outro ponto da discussão. Por fim, vale pesquisar Ongs e cooperativas que prestam o serviço de reciclagem e, inclusive, retiram o material no próprio condomínio. Isso vale especialmente para os municípios em que não há coleta seletiva.
Depois de todas essas decisões será necessário comunicar a mudança a todos os moradores. Eles devem receber informações – em assembleia, por e-mail –, sobre a forma correta de fazer o descarte como embrulhar pedaços de vidro quebrado para não causar acidentes em quem manusear. Vale ainda explicar as diferenças entre lixo orgânico, úmido, seco e reciclável.
Além disso, será imprescindível informar o dia exato do recolhimento do lixo para reciclagem, seja ele feito pela própria coleta da prefeitura, cooperativas ou empresa especializada.
Será necessário orientar os funcionários responsáveis pela limpeza do condomínio para manter a segurança de todos. Isso porque papeis e plásticos, por exemplo, são altamente inflamáveis e não devem ser armazenados por muito tempo e nem perto de locais que possam gerar algum acidente, como fiação de rede elétrica.
Assim é preciso oferecer treinamento, com a utilização de equipamentos de proteção individuais (EPI) obrigatórios que fazem parte das normas de Segurança do Trabalho.
Uma boa forma de incentivar os moradores a contribuírem com a coleta seletiva é trazendo informações sobre o assunto. Nesse sentido vale desde uma conversa durante a assembleia como trazer um especialista no assunto para dar uma palestra.
As crianças também podem ser fundamentais nesse processo, já que ajudam a influenciar as decisões dos pais. Para elas vale criar uma gincana como coletar o máximo de produtos recicláveis para ganhar um prêmio.
Como mostramos neste artigo a coleta seletiva em condomínios tem diversos benefícios. O importante é ter um planejamento e conscientizar os moradores para garantir adesão à prática. O síndico pode contar com o apoio da administradora em todo o processo.
Depois de saber sobre coleta seletiva, confira também como realizar o regimento interno do seu condomínio